quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
ABI FEIJÓ - BIOGRAFIA
Abi Feijó nasce em Braga em 1956. Licenciado em Arte Gráfica e Design pela Escola Superior de Belas Artes do Porto foi no primeiro Cinanima (1977) que descobre as potencialidades artísticas do Cinema de Animação. Em 1984 frequenta um estágio no Office National du Film du Canada, sob a orientação de Pierre Hébert, onde realiza o seu primeiro filme Oh que Calma (1985). De regresso ao Porto funda, em 1987, a Filmógrafo - Estúdio de Cinema de Animação do Porto onde privilegia o filme de autor e uma abordagem artesanal do Cinema de Animação.
Como Realizador, Abi Feijó explora diversas técnicas e aborda a escrita dramática com rigor. Os Salteadores (1993), um desenho animado a grafite sobre papel baseado no conto homónimo de Jorge de Sena é uma ficção política que nos lembra um episódio doloroso da história recente de Portugal. Em 1995 realiza Fado Lusitano, um auto retracto de Portugal, em recortes animados. Termina em 2000 Clandestino, uma animação de areia com imagens ricamente texturadas que evoca a dura luta pela liberdade.
No Filmógrafo, Abi Feijó exerce ainda as funções de produtor e de conselheiro artístico. Orienta vários estágios e acções de formação um pouco por todo o mundo, sobretudo em ateliers com crianças. É professor na Universidade Católica (99-01) e na ESAP a partir de 2002. Funda em 2000, e preside até 2004, a Casa da Animação, um centro cultural dedicado ao Cinema de Animação. Em 2002 funda a Ciclope Filmes, uma nova produtora de animação onde produz o filme de Regina Pessoa: História Trágica com Final Feliz. Desempenha ainda as funções de Presidente da ASIFA (00-02) e de Vice Presidente do ASIFA Workshop Group (95-01).
Obteve cerca de 40 prémios e menções em diversos Festivais Internacionais, onde se destacam:
Varna'85 (Bulgaria) “Oh que calma”
Cinanima’93 - Prémio Cidade de Espinho, “Os Salteadores”
Cartoon d'Or'94 - Prémio Especial du Júri, “Os Salteadores”
Valladolid’94 (Espanha) - Espiga de Ouro, “Os Salteadores”
Bahia’94 (Brasil) - Prémio Glauber Rocha , “Os Salteadores”
Annecy’95 (France) Menção Honrosa, “Os Salteadores”
Cinanima’95 - Prémio da Crítica, “Fado Lusitano”
AnimaTeruel’95 (Espanha) - 1º Prémio, “Fado Lusitano”
Larissa’96 (Grécia) - 1º Prémio, “Fado Lusitano”
Medalha de Ouro de Mérito Cultural da Câmara Municipal do Porto 1996
Caminhos do Cinema Português'01 - Coimbra - Prémio Ardenter Imagine
Anifest’03 – Trebon (Rep. Checa) – Grande Prémio – “Clandestino”
Cinema Jove’05 – Valência (Espanha) – Prémio La Luna de Valencia
Cinanima’05 – Prémio António Maria (Carreira)
FILMOGRAFIA
1985 - “Oh que calma” 3’08’’
Sinopse: Uma viagem através dos medos, e dos fantasmas da cultura popular portuguesa.
1987 - “A noite saíu à rua” 4’
Sinopse: As Noites são dias escondidos do outro lado dos nossos desejos. Mas algumas permanecem como sombras flutuantes a deformar as imagens indefesas do quotidiano. Rostos feridos de ausência, figuras hirtas de silêncio, terras salpicadas de sangue...E vamos morrendo adormecidos, indiferentes, ate que as manhas aconteçam.
1993 - “Os Salteadores” 14’14’’
Sinopse: Dentro de um carro em viagem nocturna pelas estradas portuguesas dos anos 50discute-se a "identidade" de um grupo de homens capturados e mortos, anos atrás, no rescaldo da Guerra Civil Espanhola. Três perspectivas confrontam-se num discurso que se nos revela como amostragem dos tecidos e sensibilidades ideológicas do fascismo portugues. como se a historia pudesse ser inventada ou esquecida...
1995 - “Fado Lusitano” 5’30’’
Sinopse: Portugal sente-se um pequeno país na cauda da Europa. Tem um coração errante, um espírito aventureiro, uma alma amargurada e um corpo obediente.
2000 - “Clandestino” 7'32"
Sinopse: Um cargueiro velho e ferrugento entra no porto com um passageiro clandestino a bordo que tenta, durante a noite, entrar a salto no país. A viagem de acesso à liberdade é longa e penosa. No auge do seu desespero, é salvo por um agente da autoridade.
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